O que revela o estudo sobre os EUA e a Europa
Segundo análise do European Council on Foreign Relations (ECFR), os Estados Unidos estão travando uma espécie de “guerra cultural” contra a União Europeia. A estratégia inclui incentivar valores conservadores, polarizar discursos e reforçar alianças ideológicas com líderes populistas europeus. Países como Itália, Hungria e Portugal são mencionados entre aqueles mais influenciados por esse movimento.
Portugal no centro da estratégia transatlântica
Portugal figura entre os países que, segundo o estudo, têm se alinhado ou cedido a certa influência cultural americana. Embora não haja uma acusação formal de traição ou ato deliberado de cumplicidade, o ECFR destaca que o país participa de redes ideológicas ou diplomáticas que ressoam essas influências. Essa participação se dá mais no campo simbólico e cultural — comunicação, mídia, discursos públicos — do que, ao menos até agora, em medidas legislativas explícitas.
Por que essa “guerra cultural”?
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A estratégia americana visa dividir aliados europeus, especialmente em temas sensíveis como migração, liberdade de expressão e identidade cultural.
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Busca-se enfraquecer a coesão da UE, promovendo narrativas de conflito de valores — conservadores vs. progressistas — para gerar pautas polarizadas.
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O alinhamento de determinados países europeus pode facilitar essa influência, seja por ideologias compatíveis, seja por ganhos diplomáticos ou políticos internos.
Impactos potenciais e desafios para Portugal
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Maior polarização interna na política e na mídia portuguesa.
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Pressão para que Portugal defina claramente sua posição entre os valores europeus e os valores defendidos pela ala mais conservadora dos EUA.
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Questionamentos sobre autonomia cultural, soberania simbólica e diplomática — até onde certas influências externas moldam identidades nacionais.
Fontes
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SÁBADO
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Público