A partir de 22 de outubro de 2025, entrou em vigor a Lei n.º 61/2025, que modificou profundamente as regras de imigração e trabalho em Portugal.
Entre as mudanças mais significativas está o fim do tradicional “visto de procura de trabalho” — que permitia a entrada de brasileiros para buscar emprego por até 120 dias (prorrogáveis) e, caso conseguissem contrato, converter em residência.
No lugar dele, surgiu um novo modelo: o “visto para procura de trabalho qualificado”. Esse visto será restrito a profissionais com formação superior, experiência técnica comprovada ou perfis alinhados às listas de carência de mão-de-obra de Portugal — por exemplo, áreas qualificadas.
Além disso, a lei proibiu que quem entra como turista peça residência ao chegar — algo que muitos brasileiros faziam. Agora, quem deseja morar ou trabalhar em Portugal precisa solicitar o visto apropriado no consulado antes de sair do Brasil.
Impactos principais para quem planeja imigrar
Essas mudanças alteram radicalmente as expectativas de quem planeja emigrar — especialmente brasileiros que buscavam empregos informais ou trabalho sem qualificação.
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Quem pretende buscar emprego em Portugal já não poderá contar com prazo de “busca de trabalho” após chegada. Essa janela foi encerrada com a nova lei.
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O novo visto privilegia candidatos com perfil técnico ou superior, reduzindo significativamente oportunidades para profissionais de setores gerais ou menos qualificados.
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A necessidade de pedir o visto correto antes da viagem aumenta a responsabilidade dos candidatos: não dá mais para “tentar a sorte” chegando como turista.
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Para quem já vive em Portugal com autorização de residência — mas sem visto de trabalho qualificado — há a obrigação de adaptar a situação dentro de 180 dias após a Lei entrar em vigor.
Contexto e por que as mudanças ocorreram
Segundo autoridades portuguesas, as mudanças têm o objetivo de “regular o fluxo de imigração”, priorizar mão de obra qualificada e facilitar o controle migratório.
Além disso, as alterações afetam também o processo de naturalização: o tempo mínimo de residência legal para requerer a cidadania foi ampliado para 7 anos (para cidadãos de países de língua portuguesa, como o Brasil), antes eram 5 anos.
Essas medidas fazem parte de uma reforma mais ampla da lei de estrangeiros e imigrantes em Portugal, alterando vistos, residência, trabalho, reagrupamento familiar e naturalização.
O que quem pensa em emigrar deve considerar agora
Para quem está planejando morar e trabalhar em Portugal, especialmente brasileiros:
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Verifique se sua formação e experiência se qualificam como “trabalho qualificado” antes de pedir visto.
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Solicite o visto apropriado no consulado português no Brasil antes de embarcar.
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Tenha em mente que oportunidades em áreas pouco qualificadas estão muito mais restritas.
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Avalie com cuidado os custos e expectativas: a busca por emprego exigirá preparo, documentação e perfil compatível.
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Considere alternativas como vistos de estudo, ou formas de visto patrocinado por empregador — dependendo da sua área de especialização.
Conclusão
Com a nova lei, Portugal redefiniu quem pode entrar com fins de trabalho — privilegiando mão de obra qualificada e encerrando facilidades para quem buscava emprego informal. Isso representa um marco de mudança, que obriga quem planeja emigrar a se preparar com antecedência, documentação correta e perfil compatível.
Para brasileiros interessados em morar ou trabalhar na “terrinha”, a regra agora é clara: o planejamento e a qualificação pessoal passaram de recomendações a requisitos.
Fontes
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O Globo
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Agência Brasil
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Correio Braziliense
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CorreioWeb








