Embaixador do Brasil defende cooperação mais profunda entre os países para facilitar vida de brasileiros em Portugal.
Integração entre governos pode ajudar comunidade brasileira
Na abertura do II Fórum Futuro da Tributação, realizado em Lisboa, o embaixador do Brasil em Portugal, Raimundo Carreiro, afirmou que se os dois países conseguem dialogar sobre tributação internacional — um tema complexo — eles também podem avançar em medidas que impactam diretamente a comunidade de brasileiros vivendo em solo português.
Segundo Carreiro, há disposição para “parcerias que integrem com respeito e autonomia ações que aumentem a eficiência dos dois governos”. Ele destacou que essa integração deveria se traduzir em benefícios concretos para os brasileiros residentes em Portugal.
O alvo da declaração é claro: a comunidade brasileira em Portugal, que ultrapassa 400 mil pessoas, ainda enfrenta entraves práticos como reconhecimento de diplomas, previdência e acesso a serviços públicos.
Questões estruturais exigem cooperação bilateral
Esses obstáculos — como dificuldade no reconhecimento de diplomas estrangeiros, problemas de previdência e acesso limitado a serviços públicos — têm sido apontados como desafios persistentes para imigrantes brasileiros no país europeu.
Importante passo recente nessa direção: em 2025, representantes do Brasil e de Portugal reuniram-se em Comissão Mista para revisar e facilitar a aplicação do acordo previdenciário bilateral. O objetivo era atualizar normas e permitir a troca eletrônica de informações, o que pode agilizar o acesso de brasileiros a benefícios sociais.
Além disso, a crescente colaboração entre os países em inovação, tecnologia e governo digital sugere um ambiente propício para ampliar a cooperação institucional — algo que, segundo Carreiro, deveria beneficiar diretamente os imigrantes.
Por que o pedido de Carreiro ressoa agora
O momento em que o pedido foi feito não é coincidência: com a ampliação da comunidade brasileira em Portugal — que, segundo dados oficiais, passou de cerca de 368 mil no final de 2023 para aproximadamente 484 mil no fim de 2024 — cresce também a urgência de políticas públicas que atendam esse contingente.
Ao defender “integração com respeito e autonomia”, o embaixador reflete uma demanda crescente por soluções estruturadas e duradouras — especialmente em áreas como educação, previdência e serviços públicos —, que hoje dependem de tramitações burocráticas e acordos bilaterais.
Portanto, a proposta sugere: se há disposição política, por que não transformar isso em ações concretas para melhorar a vida de tantos brasileiros fora do Brasil?
Caminhos possíveis para atender a demanda
Para que o discurso se traduza em resultado real, algumas frentes podem ser consideradas:
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Ampliar acordos de reconhecimento de diplomas entre os sistemas de ensino de Brasil e Portugal.
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Tornar mais ágeis os processos de regularização, vistos e residência — especialmente considerando a alta demanda gerada pela migração.
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Facilitar o acesso à previdência e a direitos sociais pelo uso de sistemas digitais de informação integrados entre os dois países (como já começou a ser feito no acordo previdenciário de 2025).
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Desenvolver cooperação governamental no campo da digitalização de serviços públicos, para reduzir burocracias e melhorar a eficiência para imigrantes.
Conclusão
O apelo do embaixador Raimundo Carreiro — de uma integração mais profunda entre Brasil e Portugal — ganha peso não apenas pela crescente população de brasileiros vivendo em território português, mas também pela urgência de superar barreiras estruturais que dificultam sua plena integração social e econômica.
Se convertidas em políticas concretas, suas palavras podem representar um passo decisivo rumo a uma comunidade brasileira mais bem acolhida e com direitos assegurados em Portugal.
Fontes
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Estado de Minas (EM.com.br)
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Público Brasil (Público.pt)
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Governo Federal – Ministério da Previdência (Gov.br)
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Devs.com.pt (portal de tecnologia de Portugal)
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