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Você já ouviu falar da Zona do Euro? Se não, não se preocupe. Este artigo irá explicar o que é a Zona do Euro, quais são os países que fazem parte dela e as vantagens e desvantagens de pertencer a essa área econômica.

Além disso, você também irá descobrir a diferença entre a União Europeia, a Zona do Euro e o Espaço Schengen, bem como os países que utilizam o euro, mas não fazem parte da União Europeia. A economia da Zona do Euro também será apresentada, juntamente com as perspectivas futuras para a área. Confira!

O que é a Zona do Euro?

A Zona do Euro é um grupo de países que fazem parte da União Europeia e adotaram o euro como sua moeda oficial. Atualmente, a Zona do Euro é composta por 19 países, que compartilham uma política monetária e comum são governados pelo Banco Central Europeu.

Como surgiu a Zona do Euro?

De acordo com o site da União Europeia, a ideia de criar uma união econômica e monetária na Europa surgiu na década de 1960. No entanto, a implementação dessa união atrapalha diversos obstáculos políticos e econômicos ao longo dos anos.

Para alcançar a União Econômica e Monetária (UEM), era necessário coordenar as políticas econômicas e orçamentais, estabelecer uma política monetária comum e criar uma moeda única. O caminho percorrido até a criação do euro incluiu a criação do Sistema Monetário Europeu (SME), em 1979, e a aprovação do Tratado da União Europeia, em Maastricht, em 1991.

O euro foi lançado em 1999, juntamente com o Banco Central Europeu. Naquela época, o euro já circulava como divisão nos mercados financeiros, mas as notas e moedas de euro só foram fabricadas em 2002. Onze países aderiram à Zona do Euro em 1999, e mais países se juntaram ao longo dos anos.

Por que existe uma moeda única?

A criação do euro teve como objetivo facilitar as transações comerciais entre os países que adotaram a moeda como oficial, já que eles passaram a ter uma moeda forte economicamente para negociar. Além disso, a adoção de uma moeda única propiciou uma melhoria nas relações comerciais entre os países e na formação de grandes empresas na Europa.

Outra função relevante para a criação do euro foi a ampliação das relações político-econômicas entre a França e a Alemanha, que tiveram historicamente uma relação desgastada.

Em resumo, a Zona do Euro é um grupo de países que adotaram o euro como sua moeda oficial, com o objetivo de facilitar as transações comerciais e melhorar as relações político-econômicas entre os países. A criação do euro foi um processo complexo que envolveu a cooperação das políticas econômicas e orçamentais, a implementação de uma política monetária comum e a criação de uma moeda única.

Diferença entre União Europeia, Zona do Euro e Espaço Schengen

União Europeia

A União Europeia é uma parceria política e económica entre 27 países europeus, conhecidos como Estados-Membros ou países da UE. A UE cobre grande parte do continente europeu e tem cerca de 447 milhões de pessoas, o que representa aproximadamente 6% da população mundial. A UE é responsável por estabelecer políticas comuns em áreas como comércio, agricultura, meio ambiente, justiça e segurança.

Zona do Euro

A Zona do Euro é uma união constituída por países da União Europeia que utiliza o euro como moeda comum. Atualmente, 19 dos 27 países da UE fazem parte da Zona do Euro. A Zona do Euro tem um banco central, o Banco Central Europeu, que é responsável por estabelecer a política monetária e garantir a estabilidade dos preços na região.

Espaço Schengen

O Espaço Schengen é uma área composta por países europeus que aprovaram o Acordo de Schengen. O objetivo do acordo é permitir a livre circulação de pessoas, bens, serviços e valores entre os países signatários, sem a necessidade de controles fronteiriços ou alfandegários. Atualmente, 26 países fazem parte do Espaço Schengen, incluindo a maioria dos países da UE, mas também alguns países fora da UE, como a Islândia, a Noruega e a Suíça. Além disso, o acordo local a obrigatoriedade de contratar um seguro viagem Europa de, no mínimo, 30 mil euros para despesas médicas e hospitalares para entrar nos países signatários.

Há diferenças importantes entre a União Europeia, a Zona do Euro e o Espaço Schengen, e é importante entender essas diferenças para compreender o funcionamento da integração europeia.

Quais são os países da Zona do Euro?

Os países que fazem parte da Zona do Euro em 2023 são:

  • Alemanha
  • Áustria
  • Bélgica
  • Chipre
  • Croácia
  • Eslováquia
  • Eslovênia
  • Espanha
  • Estônia
  • Finlândia
  • França
  • Grécia
  • Irlanda
  • Itália
  • Letônia
  • Lituânia
  • Luxemburgo
  • Malta
  • Países Baixos
  • Portugal

Quais são os países da União Europeia fora da Zona do Euro?

Por que alguns países não adotaram o euro?

Existem sete países que compõem a União Europeia e não adotaram o euro como moeda oficial. São eles: Bulgária, Dinamarca (optou por não participar), Hungria, Polônia, República Checa, Romênia e Suécia.

Alguns países não adotam o euro como moeda oficial por diferentes motivos. A Suécia e a Dinamarca, por exemplo, preferiram não pagar a moeda única devido ao medo do aumento dos preços no país. Além disso, a Suécia entende que, pelo fato de o país ter uma economia forte, só iria perder com a adesão à moeda única da Europa.

Em casos especiais, os países pertencentes à União Europeia têm direito a negociar uma cláusula de não participação em relação a algum ato legislativo ou tratado da União Europeia. Assim, pode-se decidir não participar em determinados domínios políticos. Dessa forma, a Dinamarca optou por não adotar o euro como moeda única e continuar com a sua moeda nacional, a coroa dinamarquesa, mesmo estando na União Europeia.

Além disso, os outros países que não participam da Zona do Euro ainda não têm os requisitos econômicos necessários para a adesão à moeda única, ou seja, “critérios de convergência”. Eles estão relacionados com taxas de juros, inflação, câmbio, déficit na balança comercial e dívida externa.

Países e territórios fora da União Europeia que utilizam o euro

Alguns países e territórios fora da União Europeia utilizam o euro como moeda oficial. Estes incluem Andorra, Mônaco, São Marino, Cidade do Vaticano e São Pedro e Miquelão. Além disso, Montenegro e Kosovo também utilizam o euro como moeda, embora não tenham acordo com a União Europeia.

Em 2022, havia 19 países pertencentes à Zona Euro, e a Croácia ainda estava para entrar na Zona do Euro. Se você quiser saber mais sobre os países que utilizam o euro como moeda, pode assistir ao vídeo da Euronews sobre o assunto.

Vantagens e eficiência da Zona do Euro

Vantagens

  • Livre circulação de pessoas, permitindo que os investidores se mudem para outros países sem dificuldades;
  • Facilidade para comparar preços entre países membros, estimulando a ampliação das relações comerciais e da concorrência entre empresas, beneficiando os consumidores;
  • Eliminação do risco cambial e dos custos na conversão nas transferências para o exterior;
  • Fortalecimento da economia dos países que adotaram o euro como moeda oficial;
  • Mais facilidade, integração e maior segurança para as empresas ao comprar e vender na Eurozona e fazer em trocas comerciais com os outros países do mundo;
  • Maior estabilidade da moeda;
  • Mercados financeiros mais integrados e, consequentemente, mais eficientes;
  • Maior influência na economia mundial.

Desvantagens

  • Perda de controle das políticas monetárias e cambiais dos países como instrumento de macroeconomia interna;
  • Falta de autonomia fiscal: dependência diante do Banco Central Europeu;
  • Dificuldade de crescimento econômico dos países menores;
  • Dificuldade estrutural: falta de convergência quando o assunto é dívida pública;
  • Aumento do custo de vida em algumas regiões.

Economia na Zona do Euro

Como está a inflação na Zona do Euro?

A inflação na Zona do Euro registou uma queda pelo terceiro mês seguido, atingindo 8,5% em janeiro de 2023, de acordo com a agência europeia de estatísticas, Eurostat. Esse resultado ficou abaixo da expectativa dos especialistas, que projetavam uma inflação de cerca de 9%. A moderação da inflação dos preços da energia foi a principal razão para a queda da inflação geral, segundo o economista da consultoria Oxford Economics, Mateusz Urban.

A Zona do Euro está em crise econômica?

A Zona do Euro vem apresentando sinais de melhoria em sua economia. No final de 2022, o grupo caminhou para a recessão, com a maior inflação da história como consequência da guerra da Rússia contra a Ucrânia, o aumento constante do custo de vida e dos consumidores cautelosos em relação aos seus gastos. Além disso, há uma política monetária que não serve para todos os países.

Entretanto, em 2023, houve uma melhoria na inflação e na desaceleração da alta dos preços, principalmente devido ao aumento do preço do gás, o que os economistas alertaram que pode ser provisório. A recessão técnica continua sendo provável, segundo o especialista da Capital Economics para a Europa, Andrew Kenningham.

Como a Guerra da Ucrânia impacta a Zona do Euro?

A Guerra da Rússia na Ucrânia teve impactos desastrosos na economia da Europa. A União Europeia fez algumas avaliações económicas em relação à Rússia em apoio à Ucrânia e, em contrapartida, a Rússia cortou o fornecimento de gás do continente europeu, até então, o seu maior cliente. Isso influenciou o custo da eletricidade, pois muitas centrais europeias queimam gás para produzir energia. O fechamento de diversos gasodutos fez com que o preço da energia aumentasse, e a inflação atingisse níveis recordes.

Além disso, com o rompimento das cadeias de abastecimento de trigo, cevada e metais da Ucrânia e da Rússia, bem como o aumento dos custos de diversos obras-primas, aconteceu a alta do custo dos alimentos e de outros bens e serviços básicos. Isso gerou mais tensão nos negócios e menos dinheiro nos bolsos dos consumidores.

Perspectivas futuras para a Zona do Euro

Contração da demanda doméstica

Nos últimos três meses do ano, a demanda doméstica vem se restringindo na Zona do Euro, diminuindo que os consumidores estão ajustando suas despesas à perda do poder de compra que sofreu em 2022. Isso mostra que, após um período de fortes gastos pós-pandemia , agora os consumidores estão mais cautelosos.

Desaceleração do crescimento econômico

Mesmo que tenham sido evitados os cenários para a economia da Zona do Euro, o crescimento desacelerou e estagnou. A briga de demanda interna, a desaceleração dos investimentos e as dúvidas sobre um crescimento sustentado das exportações mostram que a economia deve ter um desempenho ruim no início de 2023 e que uma contração não pode ser descartada para o 1º trimestre. A atividade no bloco deve desacelerar nos primeiros três meses de 2023, pois a demanda do consumidor vem se enfraquecendo nos últimos meses.

Setor industrial afetado

A redução nas encomendas à indústria, a menor necessidade de reabastecimento e o crescimento global desacelerado devem afetar mais ainda o setor industrial. O efeito das taxas de juros mais elevadas continuará sustentando a economia da Europa e prejudicando o investimento. A economia ainda corre riscos, pois os preços da energia estão caindo, mas a incerteza permanece em níveis sem precedentes e a renda real leva tempo para se recuperar mesmo com a queda da inflação.

As perspectivas futuras para a Zona do Euro são incertas, mas é importante manter a esperança de que a economia se recupere e se fortaleça.

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Fernando Nascimento
Fernando Nascimento
Acadêmico em Direito.
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