Portugal está adotando medidas que tornam mais fácil para cidadãos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), especialmente brasileiros, residirem no país. A nova abordagem busca fortalecer os laços históricos e culturais entre os membros da CPLP e promover uma integração mais ágil e eficiente.
Essas mudanças incluem a simplificação de processos burocráticos e a ampliação de direitos para cidadãos da comunidade, refletindo o compromisso de Portugal em acolher aqueles que compartilham laços linguísticos e culturais.
Quais as Novidades para Brasileiros?
Entre as iniciativas, destaca-se a maior facilidade no acesso a autorizações de residência para brasileiros, que representam uma das maiores comunidades de imigrantes em Portugal. Isso significa que, além de menos burocracia, os brasileiros poderão acessar oportunidades no mercado de trabalho e serviços públicos de maneira mais rápida e eficiente.
A medida também deve beneficiar estudantes e profissionais qualificados que buscam construir uma vida em Portugal, promovendo mobilidade e desenvolvimento econômico.
Comissão de Assuntos Constitucionais aprova proposta para equiparação do título CPLP
Ontem, 18 de dezembro de 2024, a Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias deliberou favoravelmente a proposta que visa equiparar o título da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) aos demais títulos de residência em Portugal. A medida seguirá para votação em plenário do Parlamento, cuja data ainda não foi definida.
Existe uma possibilidade da votação ocorrer na sexta-feira, dia 20, na última sessão antes do recesso parlamentar. As pautas do Partido Socialista (PS) tendem a apoiar a proposta, assegurando assim a maioria necessária para sua aprovação.
Para obter o parecer favorável na comissão, foi necessário retirar da proposta inicial a criação da Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras (UNEF), no âmbito da Polícia de Segurança Pública (PSP). Esta parte foi rejeitada pelo partido Chega e, consequentemente, não será submetida à votação plenária.
Quanto à CPLP, mesmo após eventual aprovação parlamentar, diversos passos serão necessários para sua implementação. Após a sanção do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e a publicação no Diário da República, o processo demandará tempo para surtir efeitos práticos. Entre as etapas, está a convocação dos titulares do título CPLP para a recolha de dados biométricos.
A estrutura de missão e o convênio com a Ordem dos Advogados pode agilizar estes processos. Atualmente, mais de 150 mil imigrantes, predominantemente brasileiros, possuem o documento CPLP. No entanto, devido às restrições impostas pelo Governo anterior, esses imigrantes têm enfrentado limitações em direitos fundamentais, como o reagrupamento familiar e a renovação de documentos. Muitos destes documentos estão vencidos, o que tem resultado em relatos de demissões e perda de acesso a serviços essenciais, como o Sistema Nacional de Saúde.
Outro entrave é a impossibilidade de viagem pelo Espaço Schengen, apesar de existir previsão legal por Regulamento da UE, na prática o imigrante pode sofrer retaliações. Esta semana, o Consulado-Geral do Brasil em Lisboa emitiu uma recomendação para que cidadãos brasileiros portadores do título CPLP evitem deslocações no Espaço Schengen, devido à “incompatibilidade” do documento para tais fins.
O Dr. Francis Rayner C. Ferreira, gravou um vídeo sobre o tema, veja:
Integração da CPLP no Mercado Europeu
Com a aplicação das novas regras, Portugal se posiciona como uma porta de entrada para o mercado europeu. A iniciativa valoriza os laços da CPLP e reforça a colaboração entre os países-membros, especialmente nas áreas de mobilidade e cidadania.
Essas medidas fazem parte de um esforço contínuo de Portugal para consolidar sua posição como um país acolhedor e integrado às demandas globais, enquanto promove benefícios mútuos para sua economia e a de seus parceiros.
A simplificação do processo de residência para brasileiros e outros cidadãos da CPLP reflete a prioridade de Portugal em fortalecer laços históricos e oferecer novas oportunidades de integração.
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