O partido Chega, de direita radical, conquistou três municípios nas eleições autárquicas de 2025: São Vicente, Entroncamento e Albufeira. Essa é a primeira vez que o Chega, liderado por André Ventura, assume o comando de câmaras municipais em Portugal, marcando um passo importante na sua consolidação política no país.
Apesar de a conquista ser inédita, o resultado ficou abaixo das expectativas. O partido projetava um crescimento expressivo e esperava vitórias em cidades maiores, como Faro e Sintra, o que não se concretizou. Mesmo assim, o Chega demonstrou força em regiões onde o descontentamento com os partidos tradicionais é maior, sobretudo em áreas mais conservadoras e com menor densidade populacional.
O avanço nas autarquias representa um movimento estratégico para o Chega. Ao conquistar administrações locais, o partido ganha legitimidade institucional e a oportunidade de mostrar capacidade de gestão. Esse é um passo relevante para testar políticas públicas e ampliar sua influência política fora do parlamento.
Para o cenário político português, o resultado reforça o crescimento da ultradireita, ainda que de forma controlada. O Chega passa a ter a chance de governar, o que pode mudar a percepção do eleitorado sobre sua competência administrativa. No entanto, há também riscos: falhas de gestão ou controvérsias locais podem impactar negativamente a imagem nacional do partido.
O desempenho nas autarquias também pressiona as forças tradicionais — Partido Socialista (PS) e Partido Social Democrata (PSD) — a repensarem suas estratégias. Em alguns municípios, a direita tradicional poderá se ver obrigada a dialogar com o Chega em temas locais, o que pode influenciar futuras coligações.
Fontes-
Reuters
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The Guardian